segunda-feira, 8 de outubro de 2012

DIA 3

Gosto de pensar que o Brayan podia ver o que a gente tinha antes mesmo de a gente saber. Talvez ele só estivesse nos provocando (o que é BEM provável), mas aquela foi a primeira vez que ele agiu como o nosso cupido. E ele agiria desse jeito mais vezes no futuro. 

De qualquer forma, daquele dia em diante eu passei a pensar no Willyan de outra forma. Passei a me interessar realmente nele. E todos percebiam que tinha alguma coisa acontecendo entre a gente, mas eu sempre negava. Sempre que alguém perguntava: "ei, você e o Willyan estão se pegando?", ou "o que tá rolando entre vocês dois?", ou ainda "você está afim do Willyan, não está?", a resposta era sempre: "Nós somos só amigos".
Os beijos no pescoço continuaram, as conversas também, os abraços também, e as brincadeiras também. Até que um dia a gente se beijou. 
Tudo começou com mais um beijo no pescoço, mas dessa vez ele quis me beijar, e estava na cara que eu também queria. Claro que mais uma vez o Brayan e o Cunha (outro amigo do Will) estavam dando uma de cupido e empurrando o Willyan pra cima de mim. 
Sinceramente, não vou dizer que foi o melhor beijo do mundo. De todos os caras que já beijei o melhor de todos foi o Iury, porque a gente simplesmente... combinava nesse sentido (INFELIZMENTE). Mas eu estava tão afim do Willyan que eu simplesmente não liguei. Todos os caras que beijei eu sempre fazia com que eles acompanhassem o meu jeito de beijar, mas com o Will foi diferente, eu quis acompanhar ele. E ele queria me acompanhar. (Bom, pelo menos foi isso que ele me disse depois que a gente terminou). Então o problema do nosso beijo talvez tenha sido esse: ninguém comandava, os dois só seguiam. 
Depois daquele beijo de tarde no colégio, eu achei que a gente fosse ficar novamente só em outra ocasião quando estivéssemos sozinhos, ou quando o Brayan empurrasse o Will pra cima de mim novamente. Por isso, no dia seguinte de manhã, quando eu vi o Willyan no colégio e ele veio me abraçar eu não dei brecha pra que ele me beijasse, eu lembro de dar uma desculpa de que precisava falar com minha amiga e sair de perto dele. Passei o intervalo inteiro longe dele. Mas a tarde, quando ele me viu chegando no colégio ele se afastou dos amigos dele (coisa que hoje eu sei que ele jamais faria), parou no meio do corredor, e ficou olhando pra mim enquanto eu ia na direção dele. Quando eu cheguei perto o suficiente ele me beijou, disse "oi"...
...e sorriu.

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